Atualmente há várias terapias disponíveis para tratar o ego, as crenças, os comportamentos, os sentimentos, além da oferta de remédios que visam suprimir os sintomas “mais rápido”. Podem trazer alívio imediato ou adaptá-lo melhor às suas condições de vida por um tempo. Mas tratar os sintomas não é tratar a doença, a causa.
A Psicanálise se diferencia da psicologia e da psiquiatria porque desde sua origem em Freud, trata o sintoma como uma forma de expressão do sujeito, uma defesa diante de algo insuportável, que não tem acesso à consciência. Nas sessões, o sujeito é convidado a falar o que lhe vier à mente, sem censura e sem pudor, pois não haverá julgamento. Não se trata de contar suas experiências de forma cronológica ou consistente, pois isso é consciente. Se trata de associar livremente seus pensamentos para que sonhos, chistes, atos falhos, fantasias e sintomas, que são formações do Inconsciente, possam ampliar o acesso ao psiquismo. E isso cura o sujeito? Não se pode eliminar a dimensão do sofrimento na vida humana, o vazio e o desamparo que nos angustia, mas através do tratamento psicanalítico que desvela o sujeito do inconsciente, é possível encontrar formas menos dolorosas de lidar com a vida, sem precisar adoecer para se expressar. O tratamento é a cura.
“Sou hoje um caçador de achadouros da infância.Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos.”
Manoel de barros